Enem 2025: especialistas dão dicas de exercícios simples para corpo e mente antes, durante e depois da prova
07/11/2025
(Foto: Reprodução) Fisioterapeuta traz dicas de exercícios simples para corpo e mente antes do Enem
Nos próximos dois domingos (9) e (16), cinco milhões de estudantes vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A jornada é uma verdadeira maratona, que começa com os estudos em casa até o dia da prova, e muitos precisam lidar com o cansaço, ansiedade e dores no corpo.
Ao g1, especialistas em fisioterapia e neurologia explicam como pequenas atividades e exercícios durante e após a prova podem melhorar o bem-estar e o desempenho dos candidatos.
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O fisioterapeuta e professor, João Vitor de Almeida, explica que o cuidado físico deve fazer parte também da preparação, assim como as revisões e os simulados. Segundo ele, o ideal é que os estudantes façam pequenas pausas ao longo do dia e façam atividades leves para aliviar a tensão.
“As caminhadas leves, exercícios de respiração e alongamento ajudam a reduzir a tensão acumulada. Pois, o corpo e mente funcionam juntos, se um está cansado, logo o outro também sente”, explica.
Ele alerta também sobre a importância da postura e o local de estudos. De acordo com o fisioterapeuta, o ideal é ajustar cadeira, mesa e iluminação para evitar que o corpo sofra.
“A má postura causa fadiga no pescoço e nos ombros. É importante usar uma cadeira que apoie os pés no chão, manter a coluna ereta e fazer pausas para alongar braços e pescoço. São alongamentos simples, como girar os ombros, relaxar o pescoço e movimentar os punhos. Eles podem ser feitos durante as pausas curtas”, orienta.
Fisioterapeuta João Vitor de Almeida
Arquivo Pessoal
Thayane Gabrielli Muniz, de 26 anos, moradora de Sorocaba (SP), vive essa rotina intensa de preparação para a prova.
A jovem sonha em cursar medicina veterinária, e tem dedicado praticamente todos os dias para o Enem. Ela contou que vive um desafio de conciliar concentração e as dores do corpo e ansiedade.
“Eu tenho estudado das 7h até às 17h. Depois do almoço, descanso um pouco e volto a estudar até a noite. Mas, eu não consigo fazer exercícios pois fico com medo de perder tempo para estudar. É muito cansativo essa rotina”, comenta.
Com esse aumento nas horas de estudos, Thayane diz que começou a sentir os efeitos do esforço prolongado. A dor na lombar e o cansaço nos olhos se tornaram constantes, além da tensão emocional típica dos momentos finais para as provas.
“Essas dores que eu sinto é porque eu fico muito tempo sentada lendo os livros e no computador, e não me adequo nas posições corretas. Mas, o que mais me preocupa é o nervosismo, pois eu sou muito ansiosa e isso acumulado aumenta as dores”, diz.
Thayane Gabrielli Muniz, de 26 anos, vai prestar o Enem para uma vaga no curso de veterinária
Arquivo Pessoal
Durante e depois da prova
No dia da prova, o fisioterapeuta João Vitor explica que o corpo passa por uma situação de resistência parecida com a de um atleta em competição. As horas na mesma posição, tensão emocional e o silêncio da sala de aula exigem um preparo físico e mental. Ele reforça que os estudantes podem fazer pequenos movimentos e ainda, usar a respiração como aliada para manter o foco.
“Enquanto o aluno estiver concentrado na sala do exame, ele pode fazer os exercícios de respiração, puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca, lentamente, isso ajuda a controlar o ritmo cardíaco e relaxar. Além disso, mexer discretamente os ombros e os punhos isso ativa a circulação e evita dormência”, explica o fisioterapeuta.
Mas não é apenas durante o exame que ele recomenda se exercitar. O fisioterapeuta reforça que é necessário um momento de descanso total. Segundo ele, o sono e o relaxamento físico são fundamentais tanto para a recuperação quanto para o desempenho nos dias seguintes.
“Entre as ações que recomendo para que o estudante volte com o seu corpo ao estado natural, é importante um bom banho quente, uma noite de sono e momentos de prazer ajudam o corpo a se recuperar. O sono é fundamental para o antes e pós, pois ajuda a melhorar a memória e a atenção”, diz.
Quando o cansaço é mental
Neurologista Lucas Arone Belmonte
Arquivo Pessoal
O neurologista, Lucas Arone, explica que o cérebro também tem um limite natural de concentração e pode entrar em estado de fadiga. Isso pode acontecer mesmo com aqueles estudantes que se prepararam bem para a prova: é o famoso "deu branco".
“O nosso cérebro tem um limite natural de atenção. Após horas de esforço, as conexões entre os neurônios ficam mais lentas e o raciocínio perde a agilidade. É uma espécie de fadiga cerebral”, explica.
Além desse cansaço, a pressão que o estudante tem e o medo de não ir bem na prova ativa o chamado “modo alerta", que libera hormônios do estresse, como adrenalina e cortisol.
“Em excesso, prejudicam exatamente as áreas do cérebro responsáveis pela memória e pelo controle das emoções. A ansiedade libera hormônios do estresse que, em excesso, atrapalham o raciocínio. O estudante entra em alerta, mas o cérebro perde eficiência”, diz.
Para enfrentar esse nervosismo antes da prova, Lucas Arone, orienta que o estudante evite revisar o conteúdo na última hora e que faça alguns minutos de respiração.
“Respirar devagar e repetir frases de autoconfiança ajudam o cérebro a se manter calmo. Nesse momento, o mais importante é baixar o nível de tensão”, conclui.
*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins
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